Previsão de chuva preocupa moradores que recém voltaram para casa em Porto Alegre; ruas ainda têm lixo acumulado
12/06/2024
(Foto: Reprodução) Volume acumulado previsto para cair entre sábado (15) e terça-feira (18) pode chegar a 120 milímetros. Prefeitura pede que população não descarte lixo a partir de sexta (14). Lixo acumulado em rua do bairro Sarandi, em Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
A previsão de chuva a partir do final de semana em Porto Alegre e região preocupa moradores que recém voltaram para casa, após as enchentes de maio. Segundo o governo do estado, o volume acumulado entre sábado (15) e terça-feira (18) deve ser entre 70 e 120 milímetros – semelhantes às médias previstas para todo o mês de junho.
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No bairro Sarandi, na Zona Norte da capital, 26 mil pessoas e 8,1 mil imóveis foram afetados pela cheia.
"Muito desesperadora a situação. Nós estamos com medo da chuva, porque, pelo que consta, vai ser uma chuva bem volumosa", diz a vendedora Emiliane Salazar.
A moradora relata que ainda há lixo nas ruas e teme que o acúmulo de resíduos bloqueie os bueiros e cause novos alagamentos.
"São muitos dejetos. De noite, o cheiro é insuportável, porque está tudo misturado. É lixo, é armário, é cama, é roupa, é tudo. E o que a gente teme? A gente teme que esse material vá pro esgoto, venha a entupir e cause outra enchente", afirma Emiliane.
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A Prefeitura de Porto Alegre afirma que reforçou a limpeza da região. No entanto, o prefeito Sebastião Melo (MDB) observa que o trabalho é dificultado por fatores como o tamanho do bairro e a necessidade de pessoal e máquinas.
A orientação da prefeitura é para que, a partir de sexta-feira (14), a população não coloque lixo para recolhimento nas ruas.
"A orientação que nós queremos passar aos nossos moradores é que, a partir de sexta-feira, não coloque mais lixo na rua até baixar a chuva, porque já tem muito lixo na rua. Então, nós vamos trabalhar, não vamos parar nem na chuva", diz Melo.
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Farinha acumulada em rua do bairro Sarandi, em Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
Também no bairro Sarandi, a farinha de uma fábrica de pães e bolo bloqueia parte de uma rua. O produto precisou ser retirado da empresa após os alagamentos.
"Estão há 15 dias já, eram 25 toneladas de farinha. Então, a gente precisa que a prefeitura tome atitude e retire para nós, para liberar a passagem", pede Marcelo Silva, gerente de produção da empresa.
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Sistema de drenagem
Na terça (11), a prefeitura reuniu servidores do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), Guarda Municipal e Defesa Civil para planejar as ações preventivas. Equipes devem atuar nas casas de bomba para atender em eventuais casos de falta de energia.
Outro ponto previsto pela prefeitura é a limpeza das "bocas de lobo", por onde a água ingressa nos bueiros, para evitar que as redes de drenagem fiquem obstruídas. Contudo, o prefeito não descarta o registro de problemas em razão do volume de chuva.
"Não tem como limpar todas as redes e todas as bocas de lobo em um período tão curto, não tem como. Então, nós estamos focando (...) de que também você possa retirar o lixo desses locais onde tem cota baixa e limpeza de boca de lobo, mas é uma chuva que tem previsão de mais de 100 milímetros. Então, nós vamos ter problemas", afirma Sebastião Melo.
A atualização mais recente da Defesa Civil aponta que os temporais de abril e maio deixaram 175 mortos em todo o Rio Grande do Sul. Além disso, 17 pessoas morreram de leptospirose, após contato com água contaminada.
Ao todo, 38 pessoas estão desaparecidas. A cheia afetou 2,4 milhões de pessoas em todo o estado, com impactos em 478 dos 497 municípios gaúchos.
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